A linha fina do sucesso e do fracasso nas novelas
O jornalista Nelson Rodrigues ousou em dizer que “a unanimidade é burra”, como uma forma de responder às críticas atiradas às suas polêmicas obras: romances ácidos, com histórias picantes que criticavam a hipocrisia presente nas High Societies, ou Altas Sociedades, do Rio de Janeiro do Século XX. Mas o que Nelson também quis dizer, em […]
O jornalista Nelson Rodrigues ousou em dizer que “a unanimidade é burra”, como uma forma de responder às críticas atiradas às suas polêmicas obras: romances ácidos, com histórias picantes que criticavam a hipocrisia presente nas High Societies, ou Altas Sociedades, do Rio de Janeiro do Século XX. Mas o que Nelson também quis dizer, em outras palavras, é que é impossível agradar a gregos e troianos ao mesmo tempo, e sempre irá aparecer alguém pra tascar uma pedra na sua ideia. Na TV, não poderia ser diferente.
Sempre que é lançado um produto novo, é comum ouvir atores e novelistas se referirem ao famoso “frio na barriga”, uma sensação de nervosismo perante o desconhecido, o que vem por aí. Por mais que se tenha um bom número de capítulos gravados e uma produção impecável, nunca se sabe se a plateia dará um salve de palmas, ou uma boa e, “numérica”, vaia – sem tomates, claro.
Novelas são obras abertas. Seu andamento segue de acordo com a vontade do público, do gosto da audiência, que não é algo fácil de ser medido. Pode-se ter uma grande ideia em mente, mas se ela não for bem aceita, nada vai adiantar. Mas como esse sucesso todo pode ser medido? Como saber se as pessoas estão gostando, ou não, da história que está sendo levada diariamente para milhões de televisores, celulares, computadores, tablets e outras mídias por aí? Não é algo fácil de ser explicado, mas tiremos como exemplo a ilustre Avenida Brasil. Em questão de poucas semanas, o sucesso de Suelen invadiu as lojas, lançou tendências, trejeitos, e a moda da periguete descolada e irreverente foi apenas um aperitivo do que viria depois.